Em Madame Bovary, há poucos diálogos; os personagens têm falas curtas. A obra é narrada em terceira pessoa, mas não com um narrador onisciente. Cada cena parece ser descrita por um personagem diferente, de maneira que o leitor visualiza a realidade ficcional do ponto de vista de um personagem e não do narrador.
Tal fato pode ser notado em toda obra, em especial quando Charles encontra com Emma pela primeira vez e fica admirado com a alvura das suas unhas e beleza dos seus olhos e a personagem é construída sob a ótica de Charles. Por outro lado, Rodolfo, ao conhecer Emma, diz que ela se parece com as demais amantes, possuindo lábios libertinos e venais. A mesma personagem é descrita de forma distinta, como se tratasse de pessoas diferentes.
Gustave Flaubert também criou o diálogo entrecruzado, fazendo as vozes fluírem sem as marcações “Ele disse”, “Ela respondeu” do narrador - expressões utilizadas no século XIX em razão de os romances serem lidos em voz alta nos serões.
Flaubert começou a escrever Madame Bovary em 1851, concluindo em 1856. Foram cinco anos escrevendo compulsivamente cerca de 16 horas por dia. Flaubert revisou exaustivamente cada frase, tornando Madame Bovary uma obra-prima.
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